Em algum lugar do passado Quando eu mais precisei, lá estava você para me ouvir... Quando eu estava no fundo do poço, jogou uma corda de palavras Emendadas em poemas e sonetos eruditos, Nos quais me agarrei com tamanha força, que quase o derrubei... Mas bastou ver o meu rosto, já na luz do dia, saindo da penumbra, Que soltou as palavras e jogou-as em outro canto, quem sabe, em outro poço... Nem me esperou sair... E agora não estou nem fora nem dentro... Mas no meio do caminho. Então, enquanto não aparece mais alguém para jogar-me outro poema feito corda, Passo o meu tempo a olhar, pelo foco redondo, o céu azul e limpo, feito binóculo E a ver refletido na água que existe no fundo, todo o azul do infinito, Imaginando que um dia sairei deste lugar e encontrarei um mundo bonito, Onde as palavras não fogem, não mudam de dono, não me deixam em abandono. Espero que esse dia não demore muito e o meu rosto não perca as suas linhas, Espero que a poesia não ...